Nego Forte

Sou um negro forte da periferia

Meu tataravô foi escravo

E eu sou escravo hoje em dia


Sou um negro forte da periferia

Meu tataravô foi escravo

E eu sou escravo hoje em dia


Sou trabalhador e capoeirista

Mais ainda tenho feitor

Que é quem comanda a revista


Sou um negro forte da periferia

Meu tataravô foi escravo

E eu sou escravo hoje em dia


A capoeira cresceu

Ganhou força girou nesse mundo

Mas me chamam de moleque

E ainda me tratam como vagabundo


Sou um negro forte da periferia

Meu tataravô foi escravo

E eu sou escravo hoje em dia


Eu não tenho anel bonito

Nem diploma de doutor

Acordo pedindo desculpa

E durmo dizendo por favor


Sou um negro forte da periferia

Meu tataravô foi escravo

E eu sou escravo hoje em dia


Passo dia passo noite

Tocando meu berimbau

Mas meus filhos não tem nada

Quando chega o Natal


Sou um negro forte da periferia

Meu tataravô foi escravo

E eu sou escravo hoje em dia


Mas por ser capoeirista

Com fundamento no meu ritual

Eu vou mostrar para esse mundo

O que vale um berimbau


Sou um negro forte da periferia

Meu tataravô foi escravo

E eu sou escravo hoje em dia


Sou guerreiro de verdade

Na forças dos Orixás

Se você não acredita

Sua hora vai chegar